Fonte: Site do IPEN
O reator nuclear de pesquisa IEA-R1, localizado no Insituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), aumentou sua potência para 4,5MW a partir de 1º de agosto. Desde 2009, pesquisadores e técnicos do Centro do Reator de Pesquisa, Radioproteção e de sistema da qualidade do instituto realizaram estudos que comprovaram a viabilidade no aumento da potência com segurança para atender a demanda na prestação de serviços de irradiação de amostras para pesquisa e produção de radiofármacos para diagnóstico e tratamento médico.
Em operação desde 1957, o IEA-R1 tem por finalidade a irradiação de amostras para pesquisas com Física Nuclear, Radiofarmácia, Radioquímica, além de ser importante instrumento para o treinamento e formação de recursos humanos para a área nuclear.
O núcleo do reator IEA-R1 (foto abaixo) fica submerso em uma piscina, a cerca de nove metros de profundidade e possui 144 posições que permitem irradiações de materiais. Um sistema pneumático possibilita irradiações mais breves e 9 tubos de irradiação horizontais (beam holes) são utilizados para pesquisas com feixes de nêutrons em física nuclear, física do estado sólido e pesquisas em terapia de câncer.
No reator IEA-R1 são produzidos radioisótopos para uso em medicina nuclear, como o Samário-153, utilizado para o alívio das dores em metástases ósseas, o Iodo-131 para diganóstico e terapia de disfunções tireoideanas e o Irídio-192, na forma de fios metálicos, para braquiterapia. Os radioisótopos produzidos no reator são processados na Diretoria de Radiofarmácia antes de sua distribuição para os hospitais e clínicas. Os fios de Irídio-192, por sua vez, são processados em instalações no Centro de Tecnologia das Radiações. Outros radioisótopos, utilizados em aplicações industriais, como o Cobalto-60, para gamagrafia industrial também são produzidos no reator.
Durante as primeiras décadas, o reator operou a 2MW, embora seja projetado para atingir 5MW. A partir de 1994, passou a operar em regime contínuo de três dias, em turnos, com potência de 3 a 3,5MW. Ao longo de sua história, várias modernizações foram realizadas para permitir o aumento da potência: reformas no saguão da piscina, na sala de controle, nos sistemas de refrigeração, de aquisição de dados e na instrumentação. Desde 2002, o CRPq possui certificação ISO 9001. O investimento para essas reformas foi da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e de projetos da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) em parceria com órgãos de fomento.
Walter Ricci Filho, gerente-adjunto de Operação, Manutenção do Reator IEA-R1, comenta que o projeto é chegar a 5MW em 2012. “Todos ganham com o aumento da potência: a instituição, os pesquisadores e principalmente, a sociedade brasileira. Nosso reator tem muito a oferecer até que o Reator Multitpropósito Brasileiro seja construído e, mesmo depois do início de sua operação”.
Para saber mais:
Reator IEA-R1 - Site do IPEN
Bom saber que estão pensando em aumentar a produção destes materiais necessários à medicina.
ResponderExcluirOutro dia uma aluna me perguntou sobre o campo de atuação, e sobre o curso de Física Médica. Expliquei que uma das atuações destes profissionais seria justamente neste do controle de radioisótopos. Estou certo?
É isso aí Jairo!
ResponderExcluirOs físicos médicos trabalham principalmente junto aos demais profissionais da saúde e têm como responsabilidades essenciais assegurar e garantir a segurança e aplicação eficaz da radiação para conseguir um diagnóstico ou um resultado terapêutico prescrito para o paciente: o físico médico executa ou supervisiona procedimentos necessários para conseguir estes objetivos.
As responsabilidades do físico médico também incluem: proteção do paciente e outros profissionais quanto à aplicação e uso da radiação com segurança; estabelecimento de protocolos adequados para assegurar a dosimetria do paciente e outros; a manutenção e caracterização da radiação; a determinação de dose efetiva; procedimentos avançados e necessários para garantir a qualidade da imagem; desenvolvimento e aplicação do programa de garantia de qualidade; e assistência a outros profissionais de saúde na aplicação da radiação pesando-se seu risco e seu benefício.
Alguns profissionais optam também pela pesquisa. No próprio IPEN há diversos graduados em física médica cursando o Mestrado ou o Doutorado na área.
Dê uma olhada no site do curso de Física Médica da Universidade Federal do Sergipe. Lá tem bastante informação sobre isso.
http://www.fisicamedica.net/oquefaz.html